Em mais uma ação da campanha de solidariedade “Quem tem fome tem pressa”, o Comitê de Solidariedade Bancária de Combate ao Coronavírus do Sindicato visitou a Casa Rosa, lar de acolhimento a pessoas LGBT em situação de vulnerabilidade social, localizado em Sobradinho I. O ato foi no dia 12 de junho, quando foram entregues 30 cestas de alimentos e itens de higiene.

O secretário de Relações com a Comunidade do Sindicato, Antonio Abdan, esclarece que as doações são financiadas pela categoria bancária de Brasília, e reitera que “ser empático com o próximo, especialmente neste momento de crise, é um desafio e se torna uma necessidade”.

O público-alvo das ações do Comitê são catadores de materiais recicláveis, pessoas em situação de rua, mulheres vítimas de violência doméstica, abrigos para a terceira idade, quilombolas, LGBTs, creches e também, neste momento, categorias formais e informais com menor poder aquisitivo e que são impactadas pelo desemprego ou pela retirada de direitos nesse momento de pandemia.

Edson Ivo, diretor do Sindicato, observa que o Sindicato conhece a realidade do público LGBT, que convive diariamente com ofensas, violências, preconceito e expulsão de casa. “Além disso, o avanço do novo coronavírus expõe, sobretudo, pessoas em situação de vulnerabilidade e menos favorecidas”.

Visibilidade trans

No dia 29 de janeiro de 2004, pela primeira vez na história do Brasil, travestis e transexuais estiveram no Congresso Nacional para falar aos parlamentares sobre a realidade desta população. Esse dia é lembrado anualmente como o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

“Infelizmente, o Brasil fechou 2019 como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Pelo menos 124 casos de mortes foram registrados e, do total, apenas 11 tiveram suspeitos identificados pela polícia”, pontua Edson Ivo, que também é funcionário do BRB.

Casa Rosa

O objetivo da Casa Rosa é oferecer acolhimento, cursos profissionalizantes e assistência psicológica, social e jurídica aos internos (pessoas LGBT), extensivo às suas famílias, que também recebem cestas básicas. A intenção é abrigar 30 pessoas no período de três a seis meses. Se necessário, o período se estende para mais três meses.

A construção da Casa Rosa está sendo feita aos poucos, e mesmo durante a pandemia e com os devidos cuidados, as obras não pararam. O espaço, que deverá estar concluído em outubro, terá dois pavimentos – em cima, alojamentos; e embaixo, um consultório psicológico, cozinha e banheiro. O projeto não tem patrocínio e nem vínculos governamentais.

Letícia Tavares, secretária da Casa, esclarece que tudo que foi feito até agora é fruto de doação, empenho e boa vontade das pessoas que apoiam a causa e sabem da importância de existir uma casa para acolhimento de LGBT em situação de vulnerabilidade.

Portanto, a Casa Rosa é um local onde as vítimas poderão ter, além de um lugar para dormir, acesso à alimentação e, principalmente, apoio psicológico e cursos de capacitação (cabeleireiro, barbeiro, panificação e informática).

Vaquinha online

Para ajudar a Casa Rosa a sair do papel, há uma vaquinha online. Os interessados também podem conhecer mais sobre o projeto na página oficial, no Facebook (https://www.facebook.com/pg/casarosalgbtq/about/?ref=page_internal).

Mariluce Fernandes
Seeb Brasília