Doação de 110 cestas atenderá famílias do Quilombo Mesquita, território de resistência
A campanha de solidariedade do Sindicato ‘Quem tem fome tem pressa’ chegou nesta quarta-feira (27) ao Quilombo Mesquita, na Cidade Ocidental (GO), entorno do DF. As 110 cestas de alimentos e de itens de higiene, montadas a partir das doações da categoria bancária, foram entregues pelo Comitê de Solidariedade Bancária e ajudarão as centenas de famílias quilombolas.
A entrega foi feita pelo presidente do Sindicato, Kleytton Morais, pelo secretário de Relações com a Comunidade, Antonio Abdan, pelo secretário de Finanças, Eduardo Araújo, e pelos dirigentes Humberto Maciel e Wadson Boaventura (Fetec-CUT/CN). As cestas atenderam associações conjuntas dos moradores da Cidade Ocidental A.M.C.O e Gingado Capoeira, IAFEC São Mateus, Associação Afro Ocidental e Associação do Mesquita, bairro Mesquita e outras pessoas da Cidade Ocidental, organizadas pelas associações.
Sandra Pereira Braga, representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (Conaq) e líder comunitária do quilombo, agradeceu em nome das mais de 160 famílias do Mesquita pela doação. “O Sindicato é parceiro do quilombo, tendo realizado diversas ações em conjunto conosco na defesa do nosso território. Passamos por um momento de dificuldade que reforça a importância da solidariedade, que é o que os bancários estão fazendo”, comentou Sandra.
“O quilombo completou, em 19 de maio, 274 anos de existência e resistência. Todas as famílias que moram aqui precisam ainda da regularização final do território”, disse a quilombola que luta pela titularização do Quilombo Mesquita, um dos 3 mil territórios de povo tradicional reconhecido que não foi titulado.
Durante a entrega das doações, os dirigentes sindicais conversaram com as lideranças comunitárias sobre o ataque que representa a Medida Provisória 910, conhecida como a MP da grilagem, que caducou mas seu conteúdo está contido no projeto de lei 2633. As investidas do governo federal e do próprio Ministério do Meio Ambiente reforçam a necessidade de resistência e luta em defesa dos territórios de povos originários e tradicionais.
A agenda do governo federal revelada na fatídica reunião ministerial do último 22 de abril, entre outras, a partir da fala do ministro do Meio Ambiente, revelou a estratégia do governo: aumentar o desmatamento e a grilagem de terra no Brasil. Crime confesso, premeditado e fartamente documentado que nos impõe reação crítica e posicionamento tanto em relação à pauta corporativa (defender o BB, por exemplo) quanto em relação à pauta geral, contra a humanidade, que são os crimes ambientais e ataques aos povos tradicionais.
Segundo o PL da grilagem, ao ampliar a quantidade de módulos fiscais para 6 e jogar o marco temporal de 2004 para 2008, “na prática, permitiria que 90 milhões de hectares de terras públicas (MPF) ou territórios tradicionais sejam entregues ao desmatamento e degradação, pela ação de grupos que praticam crimes contra a biodiversidade, além do que a mudança de marco temporal é uma verdadeira anistia aos criminosos. Não dá para regularizar a pauta de invasores de terras indígenas e quilombolas”, destacou o presidente do Sindicato, Kleytton Morais. O dirigente ainda destaca que a campanha dos que lutam contra essa pauta genocida deve garantir que o PL 2633 não venha a pauta no congresso nacional.
A campanha de solidariedade
Lançado no início de abril, o Comitê de Solidariedade Bancária de Combate ao Coronavírus conta com a ajuda da categoria bancária para formar um fundo financeiro emergencial. As ações levam segurança alimentar e sanitária aos que vivem em situação de vulnerabilidade social.
“As ações só foram possíveis graças aos recursos depositados pelos bancários nas contas abertas pelo Sindicato. Os tempos exigem de cada um de nós que pensemos além de nossas portas, para o contingente de pessoas necessitadas, fragilizadas pelos efeitos da pandemia. Seja você também um doador e nos ajude a ajudar que passa fome”, destaca o diretor Antônio Abdan.
O público-alvo recentemente agregou os povos indígenas, extremamente vulneráveis no contexto da covid–19 e secularmente atacados, além de catadores de materiais recicláveis, pessoas em situação de rua, mulheres vítimas de violência doméstica, abrigos para a terceira idade, quilombolas, LGBTs, creches e também, neste momento, categorias formais e informais com menor poder aquisitivo e que são impactadas pelo desemprego ou pela retirada de direitos que comprometem, inclusive, a segurança alimentar desses trabalhadores e seus familiares.
“A partir da iniciativa da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e sindicatos filiados, busca-se uma articulação regional para realização de ações emergências e de segurança alimentar e defesa dos interesses dos povos indígenas, que em sua maioria convivem nos territórios de atuação da Federação”, explica Kleytton.
Para participar e fazer parte desta importantíssima ação você poderá, conforme sua capacidade e vontade de doação, transferir os valores para as seguintes contas de titularidade do Sindicato dos Bancários de Brasília (CNPJ 00.720.771/0001-53):
Banco do Brasil (001)
Agência 0452-9
Conta corrente: 400.326-8
Caixa Econômica Federal (104)
Agência 1057
Conta corrente 2.388-2 Op. 003
Banco de Brasília (070)
Agência 208
Conta corrente 614.925-0
Sicoob (756)
Agência 4001
Conta corrente 109.179-4
Para contribuir com a campanha, clique aqui.